"A gente que lute!"

Nos incríveis anos 90, um supermercado famoso aqui da região, colocou um videogame para que, durante as compras, os filhos e filhas pudessem se entreter.

Foi um sucesso!

Os adultos faziam as suas compras tranquilos, pois sabiam que os filhos estavam a salvo; e aliviados também, pois escapavam da armadilha de ter de comprar algum item diante de uma birra das crianças.

Era um Super Nintendo e o jogo da vez era o Mortal Kombat II, vejam só. "Perdeu, passa a vez!", "Minha vez, agora!", "Para de apelar!", eram as frases ouvidas entre os olhos atentos aos golpes na tela.

Lembrei disso ao pensar em como ilustrar a nossa compra de vacinas. Explico.

O governo central parece um carro velho: só funciona no tranco.

Somente após prefeitos, governadores e a iniciativa privada apresentaram providências, ante a letargia ou omissão dos que deveriam estar acelerados na busca de soluções, nosso ministério anunciou a compra de novas doses.

Nosso ministério... parece até piada. Já faz tempo que ouvimos o "um manda e outro obedece". Também gosto de lembrar da frase "não se cumpre ordem absurda". Quantas já não foram obedecidas, não é mesmo?

Afinal, a culpa é de quem? Somente deles?

No Brasil, o Coronavírus não encontrou morada, encontrou mansão. Conforto e facilidades para viver, se fortalecer e se espalhar. Além disso, aliados fiéis também estão por aí, sem máscara, sem higiene e sem vergonha na cara. E nem preciso elencar todas as tentativas de sabotagem ao combate à pandemia que aconteceram no passado. Elas estão fartamente distribuídas em qualquer jornal.

Estou assustado.

Assustado com os números, com a ignorância, com a falta de empatia e com a falta de noção. Nunca imaginei que chegaríamos neste patamar. Nem que, estando neste ponto, veria as reações que estou vendo.

Quão triste é uma nação na qual o seu líder é incapaz de dizer apenas isso: "Fiquem atentos. Tomem cuidado". Caminhamos de pária para ameaça aos olhos internacionais.

Certa vez, um "amigo" me disse que eu não aguentaria 10% do que ele, o "mito", aguenta. Ele tem razão. Ver toda essa mortandade, toda essa desordem e não fazer nada, ou quando tenta fazer, ser somente burrices ou maldades, eu não conseguiria mesmo. Arrisco dizer que, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso, também não teria esta capacidade.

E se não bastasse tudo isso, bater de frente virou armadilha. Não se pode mais criticar ou apontar o dedo, pois, como uma criança mimada, ela fará birra e poderá ir até à Justiça. Censura em pleno 2021, pasmem! E nem tente comparar com o cara lá, que foi preso. Discurso de ódio não é liberdade de expressão.

O país precisa de vacinas. Vacinas, vacinas e vacinas! Pra ontem!

Boas ofertas existiram, existem e existirão, seja nos laboratórios ou na "casa da tua mãe".

Está na hora de colocar as "crianças" para brincar, enquanto os "adultos" vão às compras.

Um abraço.

Foto: www.pcgamesabandonware.com