"A incapacidade de enxergar o óbvio"


Já aviso de cara: aqui vai um desabafo. Sabe, minha gente, eu não tenho problema nenhum com os vieses, acho que faz parte do jogo. Apoie "A" ou "B", tanto faz, não me importa. Mas, quer me ver puto da cara, é se deparar com algum infeliz que, por um suposto apoio, se torna incapaz de enxergar o óbvio. Uma pessoa que não consegue dizer as seguintes palavras contra aquele ou aquela que apoia: "Isso está errado".

Meu querido e minha querida, na boa, vai pra PQP!

Tenha o seu viés, tenha o seu lado, tudo bem. Mas tenha a hombridade de olhar a realidade como ela é. Sem narrativas, sem firulas, sem teorias da conspiração e sem maluquices, por favor. Defenda o seu ponto com argumentos e com razões. Não com mentiras, falácias, discurso de ódio, baixarias ou "conveniências" (falando de modo bem irônico).

Nosso chefe do Executivo conseguiu a proeza de, vamos dizer assim, ser chamado de imbecil, por aquele que se diz "a alma mais honesta deste país". Que vexame!

Acho que tudo tem limite, inclusive, os tais "apoios irrestritos". Esta na hora de separar os adultos das crianças. Os problemas estão aí e precisam ser resolvidos!

O mais impressionante, para mim, além da crueldade, continua sendo a burrice. Meu Deus, como é possível?

Falando friamente, eis a lógica do horror e da estupidez: o líder orienta mal e errado. Os apoiadores, cegos e iludidos, seguem estas orientações e se expõem. Ao se exporem, muitos podem vir a se infectar. Ao se infectarem, alguns podem vir a falecer, seja pela própria doença, sequelas ou por falta de atendimento, diante de um real colapso no sistema de saúde. Ao falecerem, fora a tragédia, diminui-se a base de apoio deste líder, em números reais e pelos iludidos que agora "acordam", ao perceberem as mentiras.

Não bastasse todo este martírio, o apoiador que conseguiu sobreviver a tudo isso, ainda tem de ouvir deste mesmo líder que, repito, mentiu e orientou mal, zombarias e esculachos pelo seu sofrimento e dor. Não há, sequer, uma palavra verdadeira de conforto e empatia.

Acorda, meu povo!

Muito atacada, porém, com uma gigantesca capacidade de análise e concisão (talvez seja por isso), Miriam Leitão foi, em dois textos recentes, "na mosca". Primeiro, ela resumiu todo o nosso drama em apenas três palavras: "Nós estamos morrendo". Nada mais exato. Em outro, anterior à este, ela propôs a seguinte reflexão: "Já não basta perguntar 'quem são eles?', que fazem todas estas barbaridades, mas sim, 'quem somos nós?', que permitimos tudo isto acontecer". Nada mais correto. Nada mais justo.

Quem somos nós?

Um abraço e boa semana.

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Ilustração: Benett - www.twitter.com/benett_

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