"Brasil, minha voz enternecida"


Você, caríssima leitora e estimado leitor, já deve ter percebido o quanto gosto de utilizar alguma imagem ou história pessoal para ilustrar a crônica da semana. Metáforas são e sempre serão, a "carta na manga" dos melhores escrevedores. Elas facilitam, em muito, o entendimento das ideias e pontos.

Neste humilde texto, quero rememorar com você a novela "Deus Nos Acuda". Uma obra de Sílvio de Abreu, com direção de Jorge Fernando, na faixa das 19h, exibida pela rede Globo em 1992 (olha aí, anos 90 novamente!).


Confesso que não me lembro de nada a respeito da trama, eu era muito novo, mas sua abertura foi muito marcante. Ao som de Gal Costa, mostrava, literalmente, as pessoas - burguesas e malandras - se afundando na lama e o nosso país indo direto para o ralo. Lembro também, no Vídeo Show, que os bastidores e o making of desta abertura, eram mostrados em detalhes, sendo esta matéria reprisada de tempos em tempos.

Pois bem. Acho que ela ilustra bem o momento que passamos e o que pode vir pela frente.

Sim, a semana foi bem agitada e não irei elencar todos os acontecimentos, como por exemplo, a piada que virou a nossa comitiva para Israel ou as presidências das comissões no parlamento, porém, quero deixar claro que estou ciente deles (antes que apareça algum reaça dizendo que "de tal coisa você não fala!"). Destaco apenas, de um lado, as "surpresas" do Judiciário, e do outro, a letargia do Legislativo e Executivo.

Comentaristas e analistas se desdobraram para tentar explicar e contextualizar as  recentes decisões dos políticos e ministros. E tome histórico pra lá, tecnicalidades pra cá, um verdadeiro show. Os vieses e torcidas apareceram com força.

Alguns até se arriscaram a projetar o futuro, porém, penso que isso seja um erro. Qualquer palpite, neste momento, é pura especulação. Ainda há muita água para rolar por debaixo desta ponte.

Mas a sensação que ficou mesmo é a de impunidade. A boa e velha pizza. Sinto também, uma certa, ausência de rumo.

O que é direito? O que é política?

Onde termina um e começa o outro? Qual o limite?


  

Olho para um lado e vejo escândalos de corrupção, olho para o outro, vejo escândalos de omissão. Abrindo mais o leque, a chamada "frente ampla" ou a tal "terceira via" são só ideias. O "nome" ainda não apareceu. Restou apenas a polarização. Sim, aquela infernal e insuportável polarização. Inclusive com os já manjados ataques aos moderados, as fake news, discursos de ódio e a guerra de narrativas.

Em paralelo a tudo isso, recordes negativos estão sendo conquistados com facilidade. A pressão aumenta, o faz de conta se desfaz e a realidade se impõe.

Olhemos para o cenário: a economia afunda cada vez mais, os sistemas colapsam e, enquanto eles brigam, o vírus mata. Após completarmos um ano de pandemia, lembro Josias de Souza: "Hoje, no Brasil, não se morre de Covid. Se morre por falta de vacina". Mesmo com as novas autorizações, liberações e compras, ainda estamos diante de uma tragédia e um retrocesso.

Fique em casa, só saia se for realmente necessário. Use máscara (no lugar correto), mantenha o distanciamento social, mantenha os hábitos de higiene e vacine-se quando chegar a sua vez.

É difícil, eu sei, mas precisamos fazer a nossa parte e pensar no próximo. Se dependermos deles, estamos ferrados. Entretidos com o poder, a burocracia e as aparências, eles não estão nem aí.

Esperança. Deus, por favor, nos acuda!

Um abraço.

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