"Síndrome de Estocolmo Política"



A fotografia é clara. Recordes negativos e macabros estão sendo alcançados com facilidade. No entanto, as respostas e os esforços, que deveriam ser ágeis e efetivos, não são prioridade. Pelo contrário, age-se em função do vírus.

Eu não sei vocês, mas a sensação que tenho, agora, mais do que nunca, é a de que estamos sequestrados. Estamos, literalmente, nas mãos de um marginal, que não liga a mínima, se iremos morrer ou não.

Por esta sensação, me veio à mente, a chamada Síndrome de Estocolmo. Numa rápida pesquisa no Google, ela é descrita como um estado PSICOLÓGICO em que a pessoa submetida a intimidação, medo, tensão e até mesmo agressões, passa a ter empatia e sentimento de AMOR e amizade por seu AGRESSOR.

Não sou psicólogo e muito menos psiquiatra, porém, só isso me explica esta idolatria e fanatismo em função daquele que nos faz mal. Fico espantado em ver tamanha cegueira, alta compreensão e baixa cobrança, mesmo diante de tantas lambanças, mentiras e mortes. Isso sem contar na obediência irrestrita, mesmo que as ordens sejam absurdas.

Este comportamento é facilmente percebido nas redes sociais. Em perfis que, sem nenhum pudor ou um mínimo de pensamento crítico, compartilham toda e qualquer fake news ou falácia que recebem nos grupos de WhatsApp. Que atuam, única e exclusivamente, para polarizar, mesmo diante de alertas e punições destas redes. Aliás, estamos tão contaminados pelo vírus da polarização, que até um youtuber, crítico de cinema e tv, que acompanho, vejam só, precisou fazer um vídeo pedindo respeito às suas opiniões sobre a cultura pop. Até nisso!

"A porta do diálogo está aberta, mas não me venha colocar as suas rédeas", disse ele, resumidamente.

E o pior é que esta "síndrome política" se expande por todo o cenário, pois, é sabido, sempre buscamos - erroneamente - um "salvador da pátria". Digo isso, tendo em vista as recentes pesquisas eleitorais. Falando de modo raso, mais de 60% da população, comunga desta "síndrome", só mudando o seu "sequestrador", se é que me entendem (contém ironia, aliás, que tempo doido esse em que é preciso avisar que se está sendo irônico, não é mesmo?).

Tá legal, sabichão, mas qual seria a solução?

É preciso deixar de ser refém e recuperar a memória para não incorrer nos mesmos erros do passado. Existe uma frase interessante: "Político não se torce, se cobra". Deveria ser um lema. Além disso, precisamos olhar as coisas com mais pragmatismo. Com menos ideologia e mais ceticismo. E isto vale também para os políticos e candidatos. É necessário menos discurso e mais trabalho. Menos papo e mais ação.

Não sei dizer se isto é, de fato, a solução, mas penso que seja um caminho.

Um abraço.


P.S.: Achei um texto interessante sobre este tema aqui.


Ilustração: André Dahmer - www.twitter.com/malvados

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