#Homenagem: "Um grande cronista"

Artur Xexéo

Lembro-me da primeira vez em que tive contato com um grande jornal. Foi em um dos meus primeiros empregos, onde o proprietário era assinante. E a isca que me fisgou, foi o espaço destinado às crônicas.

Virou um vício.

A cada dia, um cronista diferente. Mario Prata, Veríssimo, Jabor, etc, eram os primeiros a  serem lidos e, só depois, dava uma olhada pela capa e outras páginas.

De lá pra cá, havia perdido este hábito, seja por desleixo ou por falta de oportunidade. Porém, sempre que pintava um jornal em minha frente, a primeira busca era sempre pelo cronista do dia.

Fernanda Torres, Ruy Castro, Leo Aversa, Gilberto Amendola, etc, são alguns nomes que vieram depois, quando redescobri este pedaço tão importante dos jornais.

Digo que redescobri, porque essa dinâmica mudou nos dias de hoje. Não que o impresso tenha perdido relevância, mas houve a popularização da informação.

Informação agora é commodity, ouso dizer.

E foi nessa redescoberta, além de tantos outros, que encontrei o Xexéo. Ler sua coluna, aos domingos, sempre era prazeroso. Mesmo quando esta, era uma crítica pesada sobre algum assunto.

  

Não é que eu não conhecesse o seu trabalho. Pelo contrário, vira e mexe, estava assistindo-o na TV ou ouvindo-o no rádio. O nome, marcante, não nos permite esquecer.

E dessa redescoberta das crônicas, me veio a vontade de escrever, que sempre existiu, mas estava lá, quietinha, esperando a sua vez.

Escrevo, em primeiro lugar, para não enlouquecer, diante desta realidade dura que se apresenta. Para escrever bem (não sei se agrado), tento me inspirar nos melhores. E Xexéo, com certeza, está nesta lista.

Seu história e seu conhecimento na divulgação da cultura estão aí, não preciso nem dizer. As homenagens falam por si e cabe a mim apenas agradecer.

Obrigado, Xexéo. Obrigado pela inspiração.

Um abraço.

Foto: Fernando Lemos - O Globo

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