#Opinião: "Precisamos falar sobre isso"


Precisamos falar sobre a pandemia. Mas antes, um esclarecimento (ou "disclaimer", como os jovens costumam usar hoje em dia): não sou o dono da verdade e muito menos um especialista em saúde. Aqui vai apenas a opinião de uma pessoa que, ao menos, tenta acompanhar informações corretas, em meio a este mar de desinformação e fake news.

Muito bem, respire fundo e vamos lá!

Passado mais de um ano de pandemia, ainda temos pessoas que não entenderam o que está acontecendo.

Explico.

Todas as medidas, restritivas e protetivas (distanciamento, isolamento, lockdown, máscara, higiene, vacinação, etc), não são para "combater" o vírus.

O quê? Que absurdo! Como você fala isso?

Calma, minha senhora e meu senhor. Muita calma. É preciso entender claramente uma coisa antes de qualquer questionamento:

TODAS AS MEDIDAS SÃO PARA EVITAR UM COLAPSO NO SISTEMA DE SAÚDE!

Por quê?

PORQUE NÃO HÁ LEITOS SUFICIENTES SE TODOS FICAREM DOENTES AO MESMO TEMPO!

Sim, em caixa alta. Estou, simbolicamente, gritando isto para você.

  

Se levarmos em consideração estas duas premissas, entenderemos que a chamada "imunidade de rebanho" não é viável, pois cobra um preço alto para que ocorra - mortes. E olha que, com as variantes e a possibilidade de reinfecção, ela é praticamente impossível. E assassina, na minha opinião.

Também cai a narrativa do "tratamento precoce". Um termo que foi vendido, lá no começo, como "prevenção", ou seja, "tome estes remédios que você não ficará doente, além de poder viver e trabalhar normalmente". Sim, era isso que eles diziam, minha gente. Após os estudos mostrarem que não é bem assim, tentaram mudar a narrativa para o "atendimento precoce", mas não adiantou, o mal da desinformação já estava feito.

Sinto que a mídia, em geral, não bate muito na tecla do colapso e fala muito no "achatamento da curva de contágio". Que não está errado, é preciso dizer. Os números são importantes.

Mas comunicação é muito mais aquilo que o receptor entende do que aquilo que o emissor diz.

E para piorar, temos agentes de comunicação "trabalhando" para desinformar. Questões sociológicas e estruturais, são usadas para atrapalhar as recomendações de saúde coletiva. Não vou entrar em detalhes, apenas digo que "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa".

Eu entendo que uma UTI lotada, bem como, o número de mortos em destaque, gera angústia, dor e incômodo, porém, são imagens que causam mais impacto do que gráficos e médias móveis. E olha que estamos vivendo um tempo estranho, em que imagens não chocam mais, tamanha é a nossa anestesia diante da realidade. Entretanto, o jornalismo precisa gritar e repetir, todos os dias, cada vez mais:

TODAS AS MEDIDAS SÃO PARA EVITAR UM COLAPSO NO SISTEMA DE SAÚDE!

Por quê?

PORQUE NÃO HÁ LEITOS SUFICIENTES SE TODOS FICAREM DOENTES AO MESMO TEMPO!

É isso. Um abraço.

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Foto: nyas.org

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